domingo, 2 de maio de 2010

ESTE SERÁ O PANANORAMA EM ANGRA DOS REIS BREVEMENTE!!!!


Paramilitares impedem revendedoras legalizadas de fazer entrega em pelo menos 17 ruas de Quintino e bairros vizinhos, onde consumidores pagam até 15% a mais.
 Milicianos que atuam em favelas da Zona Norte estendem a cada dia seus domínios ao asfalto. Em Quintino e bairros vizinhos, por exemplo, paramilitares passaram a proibir que revendedoras legalizadas de gás façam entregas em áreas dominadas pelo bando.

Na região, o serviço não pode ser prestado em pelo menos 17 ruas: João Barbalho, Torres Barbosa, Torres de Oliveira, Joaquim Norberto, Travessa Guerra, Lemos Brito, Nerval Gouveia, Elias da Silva, Bernardo Guimarães, Ernane Cardoso, Assis Carneiro, Milão, Taciba, Urupema, Utupeva, Caldas Barbosa e Maturi. Obrigados a comprar dos criminosos, consumidores pagam até 15% a mais pelo botijão.
“Pelo disque-gás das revendedoras, eu pagava no máximo R$ 39. Nos pontos clandestinos, o botijão não custa menos que R$ 45. Um absurdo!”, desabafa um morador da Travessa Guerra. Equipe de O DIA ligou para sete revendedoras da região e todas se recusaram a fazer entregas nas vias proibidas. “Nossos prejuízos são astronômicos”, lamenta o dono de uma distribuidora.

Investigações da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas e Inquéritos Especiais (Draco-IE) apontaram que o grupo que controla a região seria comandado de dentro da prisão pelo ex-policial militar Fabrício Fernandes Mirra, preso em agosto de 2008.



‘PROBLEMINHA’



Uma moradora da Rua João Barbalho conta que a milícia determina os locais para a aquisição do gás e ameaçam de morte quem insiste em não comprar nos depósitos ilegais. “Somos reféns desses bandidos”, afirma.

Nas ligações, gravadas por O DIA, os atendentes das revendedoras, sem saber que falavam com jornalistas, não esconderam o medo de punições caso desobedecessem às ordens dos milicianos. Um deles, ao ser perguntado se entregaria um botijão na Travessa Guerra, reagiu, assustado: “Tá doido?! Nem nossas motos podem entrar lá. Nessa e num montão (de ruas)”, ressaltou.

Em outra revendedora, a atendente pediu desculpas, mas alegou que não podia assumir o pedido: “Sinto muito, senhor, mas a milícia não deixa”. Outro também se recusou a atender a um pedido para a Rua João Barbalho. “Nessa rua tem o probleminha da milícia. Não tem como, não”, justificou.

A Delegacia de Defesa dos Serviços Delegados investiga a quadrilha de Quintino há mais de dois anos. Vários líderes já foram presos, mas o grupo resiste com apoio, sobretudo, de maus policiais militares e bombeiros.



Entregas restritas e só mediante pagamento



Em Quintino, poucas revendedoras estão ‘autorizadas’ pelos milicianos a fazer entregas. Mesmo assim, só nas ruas principais e mediante o pagamento de taxas semanais que podem chegar a R$ 500 . “Ninguém nos socorre desses abutres. O jeito é fechar as portas ou mudar de ramo”, desespera-se um dos comerciantes.

O DIA vem relatando os abusos da milícia em Quintino desde 2008. Naquele ano, os paramilitares tentaram controlar até a Festa de São Jorge, conforme noticiado com exclusividade.

Desde então, pelo menos 40 suspeitos de envolvimento com a milícia já foram presos — 16 deles de uma só vez no Morro do Dezoito, durante a Operação Leviatã 2, da Draco, em maio passado. Mas a quadrilha parece se renovar a cada ano.

O bando, que proíbe também que moradores usem roupas pretas e instalem antenas parabólicas, já tentou lançar candidato a vereador e até ‘vender’ o Morro da Caixa D’água, em Piedade, por R$ 500 mil a traficantes.


Data da notícia: 02/05/2010


Fonte: http://odia.terra.com.br/portal/rio


Autor: FRANCISCO EDSON ALVES

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